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domingo, 31 de julho de 2011

Velhas Roseiras



Eu já tive milhares de companheiros e colegas.

Dentre eles, fiz centenas de bons amigos.
Mas nem todas as amizades duraram.

Algumas pareciam sólidas como rochas,
mas não resistiram aos tempos
e às circunstâncias.

Assim sobraram poucos amigos de infância,
pouquíssimos amigos de escola,
poucos amigos de adolescência,
poucos amigos de juventude.

E pensar que a gente brincava todos os dias,
via-se todos os dias e não saia da casa um do outro...
De repente, outros afetos, outros amigos,
outros interesses, outro tipo de vida,
longos anos de distância e mil preocupações da vida
nos afastaram totalmente.

Agora não sei onde andam e os que vejo aqui e acolá
são amigos de "Bom dia"...
Mas nada acontece.
A gente se respeita e se admira, mas a amizade de infância,
de juventude não volta.
Mudaram eles ou mudei eu?

Ou foi a vida que nos mudou a todos?

Restam algumas amizades fiéis que resistem a tudo...

O que sei é que fiz muitos amigos
e não conservei aquelas amizades.
De bons amigos que éramos, somos hoje bons conhecidos
que se saúdam de passagem e se respeitam.

Às vezes nem isso.
Crescemos e nossa amizade ficou lá no passado.
E eu digo a mim mesmo:

"Feliz o homem
que sabe cultivar sua roseira!

Talvez não seja tarde...
Roseiras velhas também produzem
rosas lindas e viçosas.

Basta recultivá-las..."    


Autor desconhecido...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Os Dois Vasos


Uma velha senhora chinesa possuía dois grandes vasos,
cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas.

Um dos vasos era rachado e o outro era perfeito.

Este último estava sempre cheio de água ao fim da longa caminhada da fonte até a casa,
enquanto aquele rachado chegava meio vazio. Por longo tempo a coisa foi em frente assim,
com a senhora que chegava em casa com somente um vaso e meio de água.

Naturalmente o vaso perfeito era muito orgulhoso do próprio resultado e o pobre vaso
rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer.

Depois de dois anos, refletindo sobre a própria amarga derrota de ser ‘rachado', o vaso falou
com a senhora durante o caminho: "Tenho vergonha de mim mesmo,
porque esta rachadura que eu tenho me faz perder metade da água durante
o caminho até a sua casa..."

A velhinha sorriu e respondeu: "Você reparou que lindas flores tem somente do teu lado do caminho?

Eu sempre soube do teu defeito e, portanto, plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado.

E todo dia, enquanto a gente voltava, tu as regavas.

Por dois anos pude recolher aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa.

Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa."

Cada um de nós tem o próprio defeito.

Mas o defeito que cada um de nós tem é que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante.

É preciso aceitar cada um pelo que é... E descobrir o que tem de bom nele.

(Autor Desconhecido)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Me dê Motivos

            
“Se eu não acreditasse na balança,            
na razão do equilíbrio, 
se eu não acreditasse no delírio, 
se eu não acreditasse na esperança 
e eu não acreditasse no que controlo.
Se eu não acreditasse no meu caminho, 
Se  eu não acreditasse no meu som
Se eu não acreditasse no meu silêncio. 
O que seria, o que seria a marreta sem a pedreira?”

(La Maza – Shakira e Mercedes Sousa)


Os maiores motivos que tenho para continuar acreditando
são simplesmente inerentes a mim por inteiro. 

Tão profundo, tão sagrado, talvez tão...
O que seria coração, o que seria?

Se não houvesse motivos de levantar todas às vezes 
que tropeço, de começar novamente tendo nas mãos 
apenas meu suor e minha força,
se olhar para o horizonte e não dissesse 
que o limite não é para mim,
que sentisse dor, encurvado sobre o peito 
ou prostrado no chão, sem leito.

Se houvesse apenas uma lágrima para molhar 
meus lábios e um sentimento para deixar tudo 
novamente e sair correndo em direção ao vento.

Cometer novas loucuras e sorrir como alguém que 
possui apenas o infinito de herança.

Se tal como fosse, deixasse apenas de acreditar um 
único instante no mundo e pudesse voar 
sem tirar os pés do chão.

Me dê motivos para saber que a sinceridade do mundo 
não machuca sem curar, 
que a verdade não prende sem libertar, 
e que faço diferença por existir e ser, 
não somente estar aqui.

Como eu seria para a vida, como seria a marreta sem a pedra!
        
(Patrik Roch)

domingo, 24 de julho de 2011

Relacionamentos


Depois de muito meditar sobre o assunto, concluí que os 
casamentos (relacionamentos) são de dois tipos: 
há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol.

Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal.

Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzche, com a qual concordo inteiramente.

Dizia ele: "Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: 'Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua velhice?'

Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.

"Scherazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme "O Império dos Sentidos".

Por isso, quando o sexo já estava morto na cama,e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites.

O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer.

Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: "Eu te amo...."

Barthes advertia: "Passada a primeira confissão, 'eu te amo' não quer dizer mais nada."É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética.

Recordo a sabedoria de Adélia Prado: "Erótica é a alma".

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola.

Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua cortada - palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar.

O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca.

Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la.

Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre.

O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado.

Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras.

Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá... Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada.

Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é Ter razão e o que se ganha é o distanciamento.Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração.

O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor...Ninguém ganha para que os dois ganhem.

E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim....



Rubem Alves

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Pessoas Especiais


Uma homenagem ao aniversário de um grande amigo: Gilson Costa 


"Algumas pessoas se destacam para nós . 
Não importa quando as encontramos no nosso caminho.
Parece que estão na nossa vida desde sempre e que mesmo 
depois dela permanecerão conosco. 

É tão rico compartilhar a jornada com elas que nos surpreende lembrar
de que houve um tempo em que ainda não sabíamos que existiam.

É até possível que tenhamos sentido saudade mesmo antes de conhecê-las. 
O que sentimos vibra além dos papéis, das afinidades, da roupa de gente que usam. 
Transcende a forma. Remete à essência. 
Toca o que a gente não vê.
O que não passa. O que é (...) Com elas, o coração da gente descansa. 

Nós nos sentimos em casa, descalços, vestidos de nós mesmos.
O afeto flui com facilidade rara. 

Somos aceitos, amados, bem-vindos, 
quando o tempo é de sol e quando o tempo é de chuva. 

Na expressão das nossas virtudes e na revelação das nossas limitações. 
Com elas, experimentamos mais nitidamente a dádiva da troca 
nesse longo caminho de aprendizado do amor. "

(Ana Jácomo)

sábado, 16 de julho de 2011

Eu - Modo de Usar



Pode invadir ou chegar com delicadeza,
mas não tão devagar que me faça dormir.

Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar.

Acordo pela manhã com ótimo humor mas...
permita que eu escove os dentes primeiro.

Toque muito em mim, principalmente nos cabelos
e minta sobre minha nocauteante beleza.


Tenho vida própria, me faça sentir saudades,
conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas
e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando
este tipo de herança de seus pais.

Viaje antes de me conhecer,
sofra antes de mim para reconhecer-me um porto,
um albergue da juventude.

Eu saio em conta, você não gastará muito comigo.

Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras,
elas serão raras e sempre por uma boa causa.

Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e,
não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada.
(Então fique comigo quando eu chorar, combinado?).

Seja mais forte que eu e menos altruísta!

Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça,
gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço.

Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto:
boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado,
você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade.

Leia, escolha seus próprios livros, releia-os.

Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos.

Seja um pouco caseiro e um pouco da vida,
não de boate que isto é coisa de gente triste.

Não seja escravo da televisão, nem xiita contra.

Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai.

Escolha um papel para você que ainda não
tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.

Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa,
uma louca que ache graça em tudo que rime com louca:
loba, boba, rouca, boca...
Goste de música e de sexo, goste de um esporte não muito banal.

Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa,
apresentar sua familia... isso a gente vê depois... se calhar...
Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora.

Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres,
tenha amigos e digam muitas bobagens juntos.

Não me conte seus segredos... me faça massagem nas costas.
Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções.

Me rapte!

Se nada disso funcionar... experimente me amar!



Martha Medeiros

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ninguém é feliz sozinho...



Você já imaginou se todas as pessoas fossem idênticas a você, neste mundo?

Todos tivessem pensamentos iguais, sentimentos iguais, gostos iguais aos seus?

Ninguém para lhe contrapor uma idéia, ninguém que contrariasse seus desejos,
e muitos que agissem exatamente como você.

E se todas as pessoas gostassem dos mesmos filmes, dos mesmos alimentos,
das mesmas festas, dos mesmos times de futebol, dos mesmos carros,
e de frequentar os mesmos lugares?

Será que a vida teria graça?

Ou será que isso seria um real motivo para a infelicidade?

Imagine se todos vestissem roupas das mesmas cores, dos mesmos modelos,
da mesma marca. Isso causaria tédio.

Se todos fôssemos idênticos não haveria graça nem crescimento.

Nós precisamos uns dos outros para sermos felizes.

Precisamos de pessoas que pensem diferente, que sintam diferente,
que ajam diferente, porque é a soma das diferenças que produz a felicidade.

Precisamos trocar experiências, discutir idéias, concordar e discordar.

É essa dinâmica da vida que nos dá motivos para viver e crescer realmente.

Por isso as diferenças são salutares, são incentivo e estímulo para o nosso progresso.

A felicidade é uma propriedade do Espírito, mas só é conquistada na vida de relação.

As emoções que sentimos só são possíveis porque existe o outro.

Se não houvesse o outro não teríamos como avaliar nossos sentimentos.

Sem o inter-relacionamento seríamos ilhas, isoladas, e a vida não teria sentido.

Podemos afirmar, então, que a felicidade é uma conquista social.

Por tudo isso, vale a pena pensar na importância das pessoas em nossa vida,
por mais problemáticas que elas sejam.

São elas que dão significado à vida e nos permitem a felicidade.

Portanto, as pessoas são mais importantes que os bens materiais e o dinheiro.

Imagine que você tivesse muito dinheiro, a casa de seus sonhos,
com a mobília mais sofisticada possível, roupas maravilhosas e comida abundante.

Mas tudo isso ao preço de nunca mais ver ou ser visto por qualquer ser humano.

Você ficaria contente? Ou será que enlouqueceria?

Só se é feliz em sociedade.

Como disse o poeta Antônio Carlos Jobim, é impossível ser feliz sozinho.

De que adianta ter beleza, dinheiro, bens, se não tiver olhos para contemplar a beleza,
companhia para gastar o dinheiro e alguém para admirar nossos bens?

Assim também acontece no campo dos sentimentos.

De que adianta ter a mente mais brilhante, o coração mais afetuoso sem
ninguém para dividir esses tesouros?

E somente podemos interagir dessa forma com outras pessoas.

Não podemos trocar idéias com coisas ou animais.

As coisas não interagem e os animais não trocam idéias... Restam os seres humanos.

É com eles que construímos e dividimos a nossa felicidade.

Por isso é importante que o outro seja diferente.

Não há crescimento sem antagonismos.

Se todos fôssemos iguais não haveria progresso.

É na harmonia dessas diferenças que está a beleza da relação entre os seres racionais.
Do homo sapiens.

Pense nisso. Analise sua vida de relação.

Observe como o contato com as outras pessoas lhe possibilita ser feliz.

E lembre-se sempre: as pessoas não são e nem podem ser idênticas a você.

* * *

A felicidade não é um lugar aonde chegaremos um dia, é uma forma de vida,
é uma maneira de caminhar.







Redação do Momento Espírita

 
Redação do Momento Espírita

domingo, 10 de julho de 2011

E Deus disse ...NÃO !



Nas horas difíceis, quando lembramos de rogar a Deus por Seu socorro,
nem sempre sabemos interpretar a Sua resposta.

No entanto, a resposta sempre chega de conformidade
com as nossas necessidades e merecimentos.

Um homem que costumava fazer pedidos específicos a Deus,
um dia conseguiu entender a Sua resposta e escreveu o seguinte:

Eu pedi a Deus para tirar a minha dor.
Deus disse não.
"Não cabe a Mim tirá-la, mas cabe a você desistir dela."

Eu pedi a Deus para fazer com que meu filho deficiente físico fosse perfeito.
Deus disse não.
"Seu Espírito é perfeito e seu corpo é apenas provisório."

Eu pedi a Deus para me dar paciência.
Deus disse não.
"A paciência nasce nas tribulações.
Não é doada, é conquistada."

Eu pedi a Deus para me dar felicidade.
Deus disse não.
"Eu lhe dou bênçãos.
A felicidade depende de você."

Eu pedi a Deus para me proteger da dor.
Deus disse não.
"O sofrimento o separa dos apelos do Mundo e o traz para mais perto de Mim."

Eu pedi a Deus para me fazer crescer em Espírito.
Deus disse não.
"Você tem que crescer sozinho,
mas Eu o podarei para que você possa dar frutos."

Eu pedi a Deus todas as coisas para que eu pudesse gostar da vida.
Deus disse não.
"Eu lhe dou vida para que você possa gostar de todas as coisas."

E, por fim, quando pedi a Deus para me ajudar a amar os outros,
tanto quanto Ele me ama, Deus disse:

"Finalmente você captou a idéia!"

* * *

Se, porventura, você está se sentindo triste por não ter recebido  a resposta que desejava,
volte a sorrir.

O sol beija o botão da flor e ela sorri.

A chuva beija a terra e ela, reverdecida, sorri.

O fogo funde os metais e esses, depurando-se, expressam formas para sorrir.

Vai a dor, volta a esperança.

Foge a tristeza, volta a alegria.

* * *

Certa vez um discípulo rogou, emocionado, ao seu mestre:

Senhor, quando identificarei a plenitude da paz e da felicidade,
vivendo neste Mundo atribulado de enfermidades e violências?

O mestre, compassivo, respondeu:

Quando puder ver com a suavidade do meu olhar as mais graves ocorrências,
sem julgamento precipitado;

Quando lograr ouvir com a paciência da minha compreensão generosa;

Quando puder falar auxiliando, sem acusação nem desculpismo;

Quando agir com misericórdia, mesmo sob as mais árduas penas e prosseguir
sem cansaço no caminho do bem entre espinhos pontiagudos,
confiando nos objetivos superiores,
você se identificará comigo e gozará de felicidade e paz.

O aprendiz ouviu, meditou, e, levantando-se,
partiu pela estrada do serviço ao próximo,
disposto a conjugar o verbo amar, sem cansaço,
sem ansiedade e sem receio.

* * *

Só assim vai a dor e volta a esperança.



Redação do Momento Espírita
http://kardeconline.ning.com/

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A Elegância do Comportamento



As pessoas geralmente se preocupam com a aparência física
e se esmeram para mostrar certa elegância,
de acordo com suas possibilidades.

Isso é natural do ser humano.
Tanto que muitos buscam escolas que ensinam boas maneiras.

No entanto, existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso,
esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange
bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir
e que se manifesta nas situações mais corriqueiras,
quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto:
é uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.

Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam,
passam longe da fofoca, das maldades ampliadas de boca em boca.

É possível detectá-la também nas pessoas que não usam um tom superior de voz.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É uma elegância que se pode observar em pessoas pontuais,
que respeitam o tempo dos outros e seu próprio tempo.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece.
É quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação,
não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando
e só depois manda dizer se está ou não.

É elegante não ficar espaçoso demais.
Não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, cargo e jóias não substituem a elegância do gesto.
Não há livro de etiqueta que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo
e a viver nele sem arrogância.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação,
mas tentar imitá-la é improdutivo.

A pessoa de comportamento elegante fala no mesmo tom de voz
com todos os indivíduos, indistintamente.

Ter comportamento elegante é ser gentil sem afetação.

É ser amigo sem conivência negativa.

Ser sincero sem agressividade.

É ser humilde sem relaxamento.

Ser cordial sem fingimento.

É ser simples com sobriedade.

É ter capacidade de perdoar sem fazer alarde.

É superar dificuldades com fé e coragem.
É saber desarmar a violência com mansuetude e alcançar a vitória sem se vangloriar.

Enfim, elegância de comportamento não é algo que se tem, é algo que se é.

* * *

Mais do que decorar regras de etiqueta e elaborar gestos ensaiados,
é preciso desenvolver a verdadeira elegância de comportamento.

Importante que cada gesto seja sincero, que cada atitude tenha sobriedade.
A verdadeira elegância é a do caráter, porque procede da essência do ser.



Redação Momento Espírita
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