Para viajar basta existir.
Vou de dia para dia , como de estação para estação,
no comboio do meu corpo, ou do meu destino,
debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos,
sempre iguais e sempre diferentes,
como, afinal, as paisagens são.
Se imagino, vejo. Que mais faço eu se viajo?
Só a fraqueza extrema da imaginação justifica
que se tenha que deslocar para sentir.
A vida é o que fazemos d'ela.
As viagens são os viajantes.
O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos."
Bernardo Soares
Livro do Desassossego
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