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sábado, 16 de março de 2013

Uma rajada de ar fresco



De repente, o ar fica pesado.
É difícil se movimentar, decidir, encontrar uma  saída.
Como não há o que fazer, procuro o céu.
Abro a porta, a janela, os portões, levanto a cabeça
e miro lá em cima, no topo dos prédios.
Às vezes, encontro algumas nuvens ou 
uma estrelinha meio apagada, e respiro fundo.
O ar entra devagar pelas narinas, magicamente, leve e fresco.
Fecho os olhos.
Lembro das aulas do colégio: entra oxigênio e sai gás carbônico.
Inspiro renova'cão e expiro o que não quero mais.
Aos poucos, presto atenção nesse ato mecânico que nos mantêm vivos 
- respirar - e ele me  acalma.
Os barulhos ao redor desaparecem e é como se eu estivesse em 
um espaço só meu, verde e iluminado.
Ali, as coisas voltam,  cada uma para o seu lugar.
A liberdade retorna.
E os problemas não desaparecem, 
mas deixam de ser monstros invencíveis.
Quando alguém, me vir parada, olhando para cima,
pode saber: não estou Ali.
Estou em algum outro espaço, tranquilo e claro, cheio de ar fresco.
Um local onde tudo está parado,em um tempo eterno.
Às vezes, encontro nesse passeio alguma perola  ou joia valiosa, 
como a certeza de que tudo vai dar certo ou 
a réstia  de paz que havia perdido.
Na volta, 
resgato do esquecimento um sorriso que há muito tempo não vestia.
É  que parar e respirar é meu ritual particular para 
me livrar das dificuldades e ser feliz.

Rita Loiola

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