Às vezes você é tão bobo, e me faz sentir tão boba,
que eu tenho pena de como o mundo era bobo
antes da gente se conhecer.
Eu queria assinar um contrato com Deus:
se eu nunca mais olhar para homem nenhum no mundo,
será que ele deixa você ficar comigo pra sempre?
Eu descobri que tentar não ser ingênua
é a nossa maior ingenuidade,
eu descobri que ser inteira não me dá medo
porque ser inteira já é ser muito corajosa,
eu descobri que vale a pena ficar três horas
te olhando sentada num sofá mesmo
que o dia esteja explodindo lá fora.
E quando já não sei mais o que sentir por você,
eu respiro fundo perto da sua nuca,
e começo a querer coisas que eu nem
sabia que existiam. (...)
Eu olhei para você com aquela sua jaqueta
que te deixa com tanta cara de homem
e me senti tão ao lado de um homem,
que eu tive vontade de ser
a melhor mulher do mundo.
ouvir todas as músicas legais do mundo,
aprender a cozinhar, arrumar seu quarto,
escrever um livro, ser mãe. (...)
Eu te engoli e você é tão grande pra mim
que eu dedico cada segundo
do meu dia em te digerir.
E eu não tenho mais fome, e eu tenho que ter fome
porque eu não quero você namorando uma magrela.
E eu sonhei com você e acordei com você,
e eu te olhei e falei que eu estava
muito magrela, e você me mandou dormir mais,
e me abraçou.
Eu preciso disfarçar que não paro mais de rir,
mas aí olho pra você e você também está sempre rindo.
Se isso não for o motivo para a gente nascer,
já não entendo mais nada desse mundo. (...)
Você me transformou no eufemismo de mim mesma,
me fez sentir a menina com uma flor daquele poema,
suavizou meu soco,
amoleceu minha marcha e
transformou minha dureza em dança.
Você quebrou minhas pernas,
me fez comprar um vestido cheio de rendas e babados,
tirou as pedras da minha mão.
Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas,
eu te quero como meu ponto final.
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